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terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

RACISMO INSTITUCIONAL DA POLÍCIA CONTRA NEGRAS E NEGROS NO ESTADO DA BAHIA

A cor da pele sempre foi fator de discriminação na sociedade brasileira. Isso, evidentemente, inclui as instituições públicas e privadas. Negros e negras têm a certeza de que, não importa a que classe social pertençam, sempre são vistos e tratados pelas instituições como "criminosos" em potencial por causa da cor de sua pele. 
O fato lamentável, ocorrido no último dia 2 de fevereiro no subúrbio ferroviário de Salvador, em que um jovem negro é covardemente espancado por causa da sua cor e do seu cabelo, não é um caso isolado como querem fazer crer algumas autoridades do Estado. A comunidade negra baiana sabe muito bem que, infelizmente, essas são práticas recorrentes no cotidiano de seus bairros, em que abordagens ditas para garantir a "segurança", ameaças, invasões de residências nas periferias e agressões no Carnaval e em outros momentos festivos são a terrível constatação desse extermínio quase diário, muitas vezes com apoio de instituições que deveriam oferecer proteção, da mídia e da sociedade em geral. 
Com a eleição da esquerda nos últimos anos, havia uma grande esperança de superarmos esse modus operandi de tratar os negros e negras, mas, infelizmente, a chegada de governos progressistas ao poder não alterou a  forma de atuação de sempre. No mapa da violência de 2013, a letalidade de negros aumentou. Portanto não é de se estranhar que fatos como o ocorrido no dia 02 de fevereiro e outro em que duas crianças de 3 anos foram insultadas por um segurança do metrô por causa do seu cabelo black ocorram no Estado mais negro do Brasil. 
Sem uma Pedagogia orientada para mudar radicalmente a concepção dessas instituições, continuaremos a conviver com ocorrências desse tipo e ainda ouvir as autoridades minimizar fatos inadmissíveis como os já citados ou divulgar que haverá punição severa para o servidor da Polícia Militar, quando na verdade sabemos que, no máximo, haverá alguma punição leve, como transferência para setores administrativos. 
Mesmo que autoridades e representantes tentem convencer do contrário, fica notório que a atitude do policial agressor nada mais é do que aquilo que a instituição policial defende e pratica em seu dia a dia nas periferias.