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sexta-feira, 14 de setembro de 2018

PROFESSORA DA REDE PÚBLICA DE CAMAÇARI SE DESTACA EM PRÊMIO NACIONAL E É PAUTA EM RÁDIO

A alegria e a satisfação da professora Aristela Evangelista, que atua na rede pública municipal de Camaçari, por ser destaque da Bahia no Prêmio Professores do Brasil (PPB), foi pauta nessa quinta-feira (13/09) do programa Cidade Revista, ao ar nas rádios Camaçari FM e Mont FM. Em entrevista, a educadora contou sobre a experiência de ter se destacado na etapa estadual da 11ª edição do prêmio, promovido pelo Ministério da Educação (MEC) e que teve 4.040 inscritos em todo o país.
O Prêmio Professores do Brasil ressalta docentes da educação básica de escolas públicas que contribuem para o processo de ensino e aprendizagem. Os professores se inscrevem enviando um relato da prática pedagógica desenvolvida com os alunos. “Meu relato iniciou com uma amiga que foi destaque em 2015 e no ano passado, Josimeire Batista, de Salvador. Participamos de um grupo de pesquisa da [Universidade do Estado da Bahia] Uneb. Comemoramos o momento dela e então ela convidou os colegas para também enviar os relatos de experiência”, conta Aristela, que atua com Educação Infantil no período matutino na Creche Santa Maria e com Educação de Jovens e Adultos (EJA) no período noturno no Centro Educacional Maria Quitéria.
O projeto de Aristela, denominado “Passarinho”, foi desenvolvido em 2017 com crianças de 4 anos de idade. “É um projeto que nasceu na sala de aula, fruto da inquietação das crianças”, afirma. O interesse dos alunos surgiu ao ouvir o canto de passarinhos, que ficavam em árvores próximas à sala de aula em diversas ocasiões, e o encanto em vê-los voando. A professora, então, questionou se eles gostariam de saber mais sobre esses animais e todos foram afirmativos. Desta forma, começou o processo de investigação.
“Acredito muito na sala de aula dialógica, participativa, e a roda de conversa é um palco dessa cerimônia de diálogo e democracia”, destaca a educadora. Junto com as crianças, foram pesquisados por diferentes meios, como vídeos, documentários, internet e livros, assuntos relacionados, tais como quais tipos de passarinho eram, as diferentes espécies, plumagens, tipos de casa, formas de nascimento, cores, liberdade e a relação com os filhotes. As descobertas eram registradas através de diversas linguagens, como desenhos, esculturas de argila, pintura e escrita. A avaliação do projeto era feita de forma contínua com os estudantes. 
A importância de inserir os alunos no processo de aprendizagem é destacada por Aristela. “É um trabalho sensível, de ouvir as crianças, e não só seguir o conteúdo. Saber o que elas querem aprender, fomentar o processo de escuta e valorizar a participação”, afirma ao programa. Ela também pontua sobre a interação com a natureza fomentada com o projeto. “O passarinho canta na gaiola um canto de tristeza. Ele foi feito pra voar. As crianças perceberam isso e refletiram. É uma relação com o meio ambiente. Elas construíram admiração pelo passarinho”.
Para a professora, o trabalho desenvolvido por ela é uma representação de diversas iniciativas que são realizadas nas escolas da rede. “Mesmo com todos os problemas, no meio de tanta luta, falta de valorização, falta de material, vamos burlando esse processo todos os dias para oferecer educação de qualidade. Em Camaçari tem muitos professores competentes. Parabenizo todos os colegas, pois me sinto os representando”, ressalta, ao convidar os educadores a enviarem também os seus projetos e registrarem a pratica pedagógica desenvolvida com os alunos.
Aristela Evangelista defende a qualidade do trabalho não apenas dos docentes da rede de Camaçari, mas da escola pública como um todo. “A escola pública sofre ataques o tempo todo. Dizem que somos irresponsáveis, que não damos aula. Esse prêmio traz à tona a qualidade que viemos trazendo pras crianças. Defendo a escola pública, o concurso e a liberdade que devemos ter”, finaliza.



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